sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um "Paradoxo" sobre Onipotência

Um argumento bem comum usado para se "provar" a impossibilidade lógica da existência de um ser onipotente (isto é, um ser que pode tudo) é o seguinte: "Se X é onipotente, então X deve ser capaz de criar uma pedra de um tamanho tal que X não possa carregar. Mas então X não é onipotente".
Quero propor que este argumento é falacioso. Sua "estrutura" é algo como segue:

X é onipotente [implica] X cria alguma coisa que X não pode vencer [implica] X não é onipotente (contradição com a hipótese).

Aqui, há um detalhe que não é levado em consideração: ao criar algo, ou ao fazer qualquer ação, estamos situando X em um espaço de tempo. Portanto, há um momento antes da ação e um depois; assim, a falácia consiste em situar X no mesmo lugar do tempo antes e depois da ação. Explicando melhor: antes da ação de criar a pedra, X é onipotente; ao criar a pedra, X abre mão de sua onipotência (o que X pode fazer por definição de onipotência), e então chegamos a um estado no futuro em que dizemos no final "X não é mais onipotente", e aí não há contradição nenhuma.

Um comentário: